Dependência Emocional e a Criatividade
- Gabriela Santos
- 25 de fev.
- 2 min de leitura
A criatividade é como um músculo. Se não é usada, atrofia. Se é forçada sem consciência, pode se lesionar.
Sempre que rompemos o ciclo da dependência emocional, nossa energia criativa se expressa com mais liberdade e potência. Talvez isso já seja algo que sentimos intuitivamente, buscando, de alguma forma, essa expressão mais autêntica. Mas há um trabalho mais sutil e profundo necessário para sustentá-la: um refinamento interno, um alinhamento da energia, uma conexão com o corpo, a tranquilização da mente, o autoperdão, a nutrição e o reconhecimento das reais necessidades de cada momento.
É como as fibras musculares mais finas e internas, que não são visíveis, mas dão suporte para o fortalecimento do todo.

E quando falo em independência emocional, não me refiro à indiferença ou ao isolamento, mas ao rompimento de um vínculo infantil que nos mantém presos à necessidade de aprovação e aceitação alheia. Essa dependência nos impede de ocupar nosso próprio espaço, de explorar, descobrir e experienciar por nós mesmos – elementos essenciais do aprendizado e da criatividade.
Sair desse ciclo exige coragem e intenção contínuas. Muitas vezes, essa dependência está tão enraizada que permeia nossas ações físicas (como atuamos no mundo), verbais (como nos comunicamos, inclusive internamente) e mentais (os desdobramentos das percepções sobre nós e o mundo). Desfazer esse padrão não acontece da noite para o dia. Mudar hábitos e sistemas de crenças requer paciência e persistência, pois eles funcionam como organismos vivos, que só existem porque se alimentam da nossa energia – a mesma energia que nutre a criatividade.
Podemos imaginar essa dinâmica como um desequilíbrio muscular: um músculo está flácido, enquanto seu antagonista está excessivamente tensionado. O fortalecimento do mais fraco demanda tempo, consciência e prática, para que o corpo aprenda a sair do automatismo e encontre um novo equilíbrio.
E muitas vezes, ao enxergar esse sistema e dar um passo atrás, nos sentimos em um abismo. De repente, percebemos as inúmeras possibilidades e caminhos que podemos trilhar, então somos responsáveis por cada passo que escolhemos dar. 100% responsáveis por cada ação, cada escolha, cada plantio. Esse despertar, ao mesmo tempo que inspira e empodera, também pode assustar.
Mas, uma vez ativado esse novo ciclo de autorresponsabilidade, começamos a direcionar nossa energia de forma mais consciente, alinhando corpo, fala e mente.
Quando investimos essa energia em ações que nos nutrem, ela se fortalece e se retroalimenta, permitindo que a criatividade amadureça, floresça e dê frutos.
E assim, à medida que nutrimos a vida, a vida nos nutre de volta.
Comments